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Carcinogenicidade

  Já há muitos anos que a cloração é um dos métodos com mais sucesso na desinfecção de águas de consumo humano.     Durante este processo, o cloro entra em contacto com a matéria orgânica existente na água, levando à formação de DBPs (Chloration disinfection byproducts) alguns dos quais têm revelado potencial carcinogénico. [11]



  A formação destes compostos halogenados está dependente de vários factores, nomeadamente a dose de cloro usada, o tipo de tratamento, temperatura, níveis de pH, tempo de contacto e os níveis de bromo.



  Os trihalometanos (THMs) e os ácidos haloacéticos (HAAs) são dos DBPs mais encontrados em águas tratadas com cloro, sendo que os primeiros são os que levantam maior preocupação.



  Os THMs são um grupo de compostos voláteis, como é o caso do clorofórmio, que estão associados a vários tipos de cancros. A exposição a estes pode ocorrer por inalação ou absorção durante a realização de várias actividades diárias como tomar banho, nadar, lavar louça ou efetuar limpezas. [12]



  A inalação de THMs leva ao contacto direto deste com a corrente sanguínea, que os distribuirá pelos vários órgãos do organismo. A bexiga é um dos alvos dos THMs, onde estes, por acção da enzima Glutationa-S-Transferase T1 podem ser activados a mutagénicos, iniciando a formação de cancro. Por outro lado, a exposição oral a este DBP parece inactivar estes compostos devido ao efeito de primeira passagem no fígado. [13]



  A água tratada por cloração tem, assim, sido associada a cancros de bexiga, cólon e recto e também a problemas de reprodução. [11]



  Já são vários os métodos que têm sido propostos com o objectivo de reduzir os níveis de DPBs, como é o caso de técnicas que incluem a absorção com carvão activado, a coagulação com polímeros, troca iónica, entre outros. É também importante reforçar o estabelecimento de valores de referência de modo a diminuir os riscos para a saúde pública.



  Além disso, também existem métodos alternativos à cloração de que são exemplo a radiação UV e a ozonização que apresentam a vantagem de não haver formação de DPBs.


  Apesar de tudo isto, a cloração continua a ser um dos métodos mais eficazes e seguros no tratamento de águas, nomeadamente na prevenção das chamadas “water-born diseases”.
[14]



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